quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Infinito.



E me pergunto
Onde o infinito está
Talvez por puro tédio
Ou por querer chegar lá

Quando me deparo com um homem
Parecia abalado, um tanto triste
“Desista de procurar, meu jovem
Esse tal infinito, não existe.”

Logo percebo
Que depende de ser melhor
Não depende de sorte
E sim do próprio suor

“Torno dele um desejo
Passo a querer tanto ir
E você, meu caro, me vem com a ideia
De que ele possa não existir?

E sobre esse infinito
Eu vou fazer dele um lugar
Vou continuar caminhando
E pode crer, meu caro, eu não vou voltar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Atemporal.

Parecia atemporal
Já se tornara verdade
De tanto que fazia mal 
Parecia enfermidade

Tentou deixar seu peito em casa 
Saiu pra caminhar
Mas o coração tem asa 
E foi lhe procurar 

Viu que não lhe sobrara nada 
Quando o sentimento lhe abraçou 
Sentou na calçada 
Abaixou a cabeça, e chorou 

É o que resta de verdade
Para alguém que tentou 
Por pura vaidade
Vencer o amor.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Meu nome é Amor.



Artista ele não é
Mas já o vi em todo lugar
Entre pretos, brancos, ricos, pobres
Não procura diferenciar

Professor também não é
Mas gosta de ensinar
E que o seu assunto preferido
É a arte de somar

Certo dia me encontrei vazio
Baixei minha cabeça e desisti
Sentir falta de algo que nunca se teve
Resulta em não saber como agir

Mas pra minha surpresa
Ele veio até a mim e me cumprimentou
Estendeu a mão e disse:
“Prazer, meu nome é Amor.”

(A razão vai continuar aqui
Mas avisa a essa moça, irmão
Que agora quem me guia
É o meu coração.)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Desafinado.

Avisto você se aproximar
Logo apanho um violão
Minha aflição tento disfarçar
Tomo fôlego e toco uma canção  

É porque pra ser sincero, amor
Meu canto é desafinado
E isso torna motivo que ao expor
Tal melodia, me deixa envergonhado 

Mas você reagiu em utopia
Logo ao ouvir o meu feito
Me abraçava e sorria
Ignorando o meu defeito

Por isso, diante a minha fantasia
E ante o meu fascínio tornei
O som do seu riso ser minha melodia
E ser a mais encantadora que já criei.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Adão e Eva.

Do meu mundo era rei
Da minha vida tinha autoridade
Foi aí que me acomodei
Aí que enraizou vaidade

Chegou de forma imaculável
E me vi em estupidez 
Quando vulnerável
Me senti pela primeira vez 

Venerei abismado
Você se eleger minha
Colocar um trono ao meu lado
E se autoconsagrar rainha

De forma sentinela
Quedo em observação
Vendo o fruto da minha costela
Se tornar o meu coração. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Homem de lata.

Teimoso que sou
Quis andar na contra mão
Em um mundo de pedra
Quis achar um coração 

Sentimento me tornei
Criei em mim amorfilia
Mas de tanto que apanhei
Converti em amorfobia

Insistente logo fiz
Ação dada por correta 
Transformei em cicatriz
Toda e qualquer ferida aberta

Não mais me aventurar
Em motel beira de estrada
Mas insisto em procurar
Local pra fazer morada

Não procuro uma diária
Mas busco por uma vida
Meu peito é rodoviária
E só vendo passagem de ida!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Leito de morte.

Me sinto só
Não que isso seja ruim
Agora que estou quase no pó
Agora que está quase no fim

Me sinto sol
Me achei na solidão
Sei que pode soar clichê
Mas se trata de escola, não?

Me sinto céu
Talvez porque a morte venha do azul
Me pergunto agora porque tanto material
Se a gente chega e vai embora nu

Me falta eloquência
Pra mostrar que do meu egoísmo
Da vida extraí solitude
Como principal consequência.