terça-feira, 28 de outubro de 2014

Desafinado.

Avisto você se aproximar
Logo apanho um violão
Minha aflição tento disfarçar
Tomo fôlego e toco uma canção  

É porque pra ser sincero, amor
Meu canto é desafinado
E isso torna motivo que ao expor
Tal melodia, me deixa envergonhado 

Mas você reagiu em utopia
Logo ao ouvir o meu feito
Me abraçava e sorria
Ignorando o meu defeito

Por isso, diante a minha fantasia
E ante o meu fascínio tornei
O som do seu riso ser minha melodia
E ser a mais encantadora que já criei.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Adão e Eva.

Do meu mundo era rei
Da minha vida tinha autoridade
Foi aí que me acomodei
Aí que enraizou vaidade

Chegou de forma imaculável
E me vi em estupidez 
Quando vulnerável
Me senti pela primeira vez 

Venerei abismado
Você se eleger minha
Colocar um trono ao meu lado
E se autoconsagrar rainha

De forma sentinela
Quedo em observação
Vendo o fruto da minha costela
Se tornar o meu coração. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Homem de lata.

Teimoso que sou
Quis andar na contra mão
Em um mundo de pedra
Quis achar um coração 

Sentimento me tornei
Criei em mim amorfilia
Mas de tanto que apanhei
Converti em amorfobia

Insistente logo fiz
Ação dada por correta 
Transformei em cicatriz
Toda e qualquer ferida aberta

Não mais me aventurar
Em motel beira de estrada
Mas insisto em procurar
Local pra fazer morada

Não procuro uma diária
Mas busco por uma vida
Meu peito é rodoviária
E só vendo passagem de ida!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Leito de morte.

Me sinto só
Não que isso seja ruim
Agora que estou quase no pó
Agora que está quase no fim

Me sinto sol
Me achei na solidão
Sei que pode soar clichê
Mas se trata de escola, não?

Me sinto céu
Talvez porque a morte venha do azul
Me pergunto agora porque tanto material
Se a gente chega e vai embora nu

Me falta eloquência
Pra mostrar que do meu egoísmo
Da vida extraí solitude
Como principal consequência.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Nana.

Olho pra ti
Vejo mais do que o exposto
Logo te vejo em mim
Linda, mas não só de rosto

Ouso até ilustrar
Através dessa visão
Que te tenho aqui
Sendo linda, também de coração

Através do meu ver
Te torno concreta
Acaba por fazer
Até um menino bobo como eu
Tentar virar poeta.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Acomodar, Incomodar.

Não se entregar ao clichê
Nem manter a mesma rotina 
Diariamente olhar pela janela 
E ver sempre o mesmo clima

Não se entregar ao clichê
Não manter o comodismo como sina 
Olhar para o coração
E ter sempre a mesma menina

É o que ouço dia após dia
Que é preciso mudar o canal
O mesmo programa em demasia
Te enoja, te faz passar mal

Porém se o clichê for a felicidade
Aceito a condição
Sorrir como comodidade
Não me parece ser a pior opção.  

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Avelhentar.




O relógio desperta, é hora de acordar. De tantas “segunda a sexta” que eu já passei em minha vida, não me lembro de nenhum dia ter acordado com sorriso, sempre caras emburradas e poucas palavras. Quem vê assim, até parece que eu sou prepotente. Eu não sei nem porque eu estou falando disso agora, ás 9 da noite, acho que já estou me preparando pra amanhã de manhã, quando irei tomar uma xicara de café, não porque eu gosto, mas porque é preciso.
O teatro me traz saudades, saudades de um passado que eu nunca tive. Bom, eu estou agora é com muito desejo de sentar na cadeira e ver algum espetáculo, tanto faz, qualquer um, eu só sei que quero ver expressões faciais, mesmo que elas sejam ensaiadas, eu quero ver um pouco da realidade não tão real assim, eu quero ver um pouco de Romantismo.
Mas, na verdade, quem sou eu pra tentar colocar em meus textos tanta experiência e vivência né, eu só tenho 16, ainda cheiro a leite de mamãe. Sempre me deixa feliz saber que eu ainda tenho um horizonte a alcançar, enquanto ainda tudo parece estar como o horizonte, que você sabe que está lá, mas não tem nem ideia de quando você irá alcança-lo, e tudo que está lá é baseado em imaginações, você nunca realmente sabe o que você irá encontrar lá, é o pote no fim do arco íris. E eu nem tento imaginar coisas da minha vida futura, bom, prefiro mantê-las subentendidas, pra mim é melhor. Assim tudo novo é repleto de novidades infinitas. Por enquanto eu só sou mais um passageiro querendo mudar o mundo.

Espero por alguém, alguém que eu possa chamar de meu bem querer, esse alguém, que nunca vem.
Mas, novamente, quem sou eu? Eu só sou mais um em mais de 6 bilhões, eu só tenho 16. Não dá pra escrever auto bibliografias quando ainda usa-se uniforme escolar.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Conviver com o viver.

Não te peço um sorriso
Sei que isso é pedir além
Finjo que não te anseio comigo
E você procura isso também

Só queria te dizer
Que não intento isso, prenda minha
Hoje somente projeto diferenciar
O verbo "ter", do "tinha"

Enquanto te trago confusão
Desejaria tragar o que mereço
Enquanto isso planto emoção
Para poder colher apreço.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Metade.

Um homem acorda em uma manhã de quinta feira, o dia estava ensolarado e era um dia de cotidiano como os todos os outros na vida dele. Porém, logo percebeu algo de estranho, ele sentia uma dor diferente no peito, e logo deduziu que aquilo se tratava de coração partido. Foi trabalhar como normalmente fazia cinco vezes por semana, mas aquele dia não era igual aos outros, algo estava muito estranho por dentro, não doía, mas o incomodava. Chegou então a conclusão final de que um médico iria lhe curar, pois não via outra maneira daquilo ser resolvido se não através da medicina. Chegando lá, o médico o examinou e logo chegou a uma conclusão:

 "Senhor, isso não se trata de medicina
E muito menos se trata de coração partido
Acontece que um dia você teve um amor
 Porém, você deixou ele ir

Meu caro, o seu coração não está partido
E sim pela metade."